Um grupo de eurodeputados visitou esta segunda-feira o campo de refugiados de Röszke, na fronteira da Sérvia com a Hungria, o mesmo que ficou conhecido através de um vídeo que mostrava imagens de centenas de pessoas às quais era atirado pão.
A autoria do vídeo estabelecia um paralelismo entre a forma como eram distribuídos alimentos a estes refugiados e a forma como são alimentados animais num curral.
Entre o grupo de eurodeputados esteve o socialista português Paulo Pisco, que fala de um perímetro completamente cercado por “arame farpado”.
“As pessoas que lá estão, cerca de 79, estão completamente presas”, começa por explicar o eurodeputado. Há famílias alojadas em contentores que “não têm liberdade para sair sozinhas, porque sempre que o fazem são acompanhadas por polícias.”
Paulo Pisco acusa as autoridades húngaras de serem “desumanas” e de tratarem com ” imenso cinismo” estes refugiados.
Desde julho, as autoridades húngaras deixaram de atribuir asilo a quem faz pedidos nesse sentido, pelo que neste momento apenas se admite a entrada de “um refugiado por dia”.
Esta situação gerou “embaraço e má consciência” no seio das autoridades húngaras, algo que levou mesmo os funcionários do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados a admitirem que não têm dado “informações exatas” a quem visita os campos de refugiados.
“Tivemos que falar com alguns dos refugiados através de vedações, porque eles não têm forma de sair”, reforça o eurodeputado, fazendo notar o “nervosismo e constrangimento” que sentiu por parte dos migrantes detidos em Röszke.
A visita deste grupo de eurodeputadas foi realizada no âmbito de uma campanha do Conselho da Europa para acabar com a detenção de crianças migrantes.