Sem doações, 1 milhão de refugiados da Somália ficam sem esperança de regressar ao país

idi braSem doações, 1 milhão de refugiados da Somália ficam sem esperança de regressar ao país

 Crise dos refugiados somalis é uma das mais longas do mundo, com algumas das pessoas tendo sido deslocadas há mais de 20 anos. Cerca de um milhão de pessoas vivem em toda a região do Chifre de África, com outros 1,1 milhão de civis deslocados dentro da Somália.

Em meio à escassez de doações, mais de um milhão de refugiados somalis que foram deslocados de suas casas por décadas estão ficando sem esperança de regressar à Somália. O alerta foi feito pela Agência da ONU para refugiados (ACNUR) na semana passada (10).

Segundo o ACNUR, a crise dos refugiados somalis é uma das mais longas do mundo, com pessoas deslocadas há mais de 20 anos. Cerca de um milhão de pessoas vivem em toda a região do Chifre de África, enquanto outros 1,1 milhão de civis estão deslocados dentro da Somália.

“Há um crescente sentimento de desamparo nos acampamentos, porque as pessoas estão se sentindo esquecidas”, disse o enviado especial da agência da ONU para a situação dos refugiados na Somália, Mohamed Abdi Affey.

“Houve alguns progressos reais na Somália nos últimos anos, incluindo a bem-sucedida organização das eleições. No entanto, agora é necessário construir infraestruturas dentro do país para que os refugiados não sofram quando retornarem”, acrescentou.

De acordo com o enviado especial, devido às emergências em outros lugares – particularmente na Síria e no Sudão do Sul –, os doadores não têm continuado a apoiar os somalis.

“Enquanto isso, a fome e a frustração estão crescendo; o desespero está se instalando e as pessoas estão ficando com raiva”, frisou Affey.

Além da diminuição dos suprimentos alimentares, Affey disse que a seca em curso no leste da África tem levado a outras complicações, incluindo o acesso limitado a educação e a treinamento de habilidades, especialmente para os jovens.

“Os refugiados devem ser capacitados o suficiente, e treinados para um eventual retorno. Assim, eles vão poder participar da reconstrução do seu país. Para que eles não voltem depois de 30 anos sem habilidades, precisamos criar essas condições e possibilidades nos acampamentos.”

Abdi Affey informou que o ACNUR está estudando a melhor proposta para determinar soluções duradouras para os refugiados somalis. Segundo ele, uma resposta regional proporcionaria proteção contínua a 262 mil migrantes somalis que vivem em um acampamento no Quênia há mais de 20 anos.

A agência da ONU começou a apoiar o regresso voluntário dos refugiados somalis no Quênia em 2014. Desde então, um total de 39.316 regressaram.

No entanto, Affey observou que as condições de segurança e socioeconômicas em muitas partes da Somália ainda não são suficientes para apoiar retornos em grande escala.

17.01.2017

Fonte: nacoesunidas.

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