Estudo da Organização Internacional para as Migrações (OIM) concluiu que em cinco comunidades estudadas de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Equador houve movimentos migratórios de tipo permanente e/ou transitório devido à intensificação de eventos extremos provocados pela mudança climática.
Estudo da Organização Internacional para as Migrações (OIM) concluiu que em cinco comunidades estudadas de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Equador houve movimentos migratórios de tipo permanente e/ou transitório devido à intensificação de eventos extremos provocados pela mudança climática.
A América do Sul é considerada uma das regiões mais vulneráveis aos efeitos das transformações do clima devido à sua biodiversidade, ao rápido desenvolvimento urbano e às desigualdades de renda.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) lançou na semana passada (1) um estudo sobre migrações, meio ambiente e mudanças climáticas. A pesquisa foi realizada em comunidades selecionadas de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Equador.
O objetivo foi gerar evidências para ajudar a entender melhor a relação entre migração, meio ambiente e mudança climática, mediante a geração de conhecimento conceitual e empírico.
“Este estudo constitui um importante aporte da OIM para avançar rumo a uma maior compreensão do vínculo entre migração, meio ambiente e mudança climática na região, passo fundamental para o desenvolvimento de políticas, estratégias e programas no nível local e nacional”, disse o diretor regional da OIM para a América do Sul, Diego Beltrand.
Luján, na província de Buenos Aires (Argentina); comunidade Rumo Certo, no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas (Brasil); Monte Pátria, no município de Coquimbo, IV Región (Chile); Tacamocho, município de Córdoba, Departamento Bolívar (Colômbia); e Santa Lucia de Chuquipogyo, Cantón de Guano, província de Chimborazo (Equador), foram as comunidades abordadas pelo estudo.
O levantamento concluiu que nas cinco comunidades estudadas houve movimentos migratórios de tipo permanente e/ou transitório devido à intensificação de eventos extremos provocados pela mudança climática. O estudo também comprovou um déficit importante de informação sobre causas e magnitudes dos movimentos populacionais provocados por mudanças climáticas extremas na América do Sul.
Segundo o levantamento, há uma limitada articulação entre pesquisa e conhecimento científico gerado pela academia e a tomada de decisões por parte das instituições públicas vinculadas aos temas ambientais e migratórios.
Um aspecto fundamental observado no trabalho de campo é a ativa participação das mulheres, em igualdade com os homens, na identificação de necessidades e busca de soluções coletivas aos problemas vinculados aos eventos climáticos extremos e aos possíveis deslocamentos provocados por essas situações.
A pesquisa faz uma série de recomendações, entre elas, a criação de um Comitê Regional de Migração e Mudança Climática que desenvolva políticas sobre gestão de risco e medidas de adaptação e mitigação com perspectiva de gênero na América do Sul, orientadas a implementar programas de alerta preventivo e atender grupos populacionais deslocados diante de eventos climáticos extremos.
O estudo também recomenda a geração e consolidação da legislação e acordos multilaterais e/ou bilaterais que velem pelos direitos dos migrantes ambientais, assim como o apoio a mais pesquisas que continuem fornecendo evidências sobre os efeitos que essas transformações estão produzindo na região como produto da relação entre migração, meio ambiente e mudança climática.
A América do Sul é considerada uma das regiões mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática devido à sua biodiversidade, ao rápido desenvolvimento urbano, à desigualdade na distribuição de renda e à divisão entre rural e urbano.
Fonte: nacoesunidas.org