Conflitos recentes, atos horrendos de violência, seca e fome estão fazendo com que milhares de pessoas sejam forçadas a fugir do Sudão do Sul e, consequentemente, tornando esta crise de refugiados a que mais cresce no mundo.
Uganda e outros países vizinhos estão sobrecarregados e em situação crítica de necessidade.
GENEBRA, Suíça, 22 de março de 2017 – Conflitos recentes, atos horrendos de violência, seca e fome estão fazendo com que milhares de pessoas sejam forçadas a fugir do Sudão do Sul e, consequentemente, tornando esta crise de refugiados a que mais cresce no mundo.
A quantidade total de deslocamentos do Sudão do Sul para os países vizinhos atingiu a marca de 1,6 milhões de pessoas, um percentual surpreendente alto em relação às 11 milhões de pessoas que habitam o país. A taxa de novos deslocamentos é alarmante, e representa um fardo impossível de ser carregado em uma região com desafios econômicos e uma diminuição considerável nos recursos disponíveis.
“Nenhum país vizinho está imune. Os refugiados estão sendo forçados a se deslocar para o Sudão, Etiópia, Quênia, República Democrática do Congo, e República Centro-Africana. Quase a metade atravessou para a Uganda, onde a situação ao norte do país está crítica”, afirmou Babar Baloch, porta-voz do ACNUR, em coletiva de imprensa em Genebra.
“Até recentemente, nós víamos um influxo de 2.000 novas pessoas diariamente. Em fevereiro, este número subiu para mais de 6.000 pessoas em um único dia. Em março, a máxima diária atingiu mais de 5.000 com uma média de aproximadamente 2.800 novas chegadas todos os dias”, ele acrescentou.
As unidades de trânsito recém-instaladas no norte da Uganda, com o objetivo de atender os refugiados sul-sudaneses, atingiu situação limite e atingiu um ponto de colapso. Chuvas recentes na região contribuíram para o agravamento do quadro catastrófico.
A atual situação em Uganda demonstra ser o primeiro e maior teste em relação ao comprometimento selado em setembro de 2016 na Reunião de Alto Nível da ONU sobre Grandes Movimentos de Refugiados e Migrantes, em Nova York, incluindo o ponto chave de optar por uma abordagem inovadora em relação à situação do refúgio ao redor do mundo, conhecida como Comprehensive Refugee Response Framework (CRRF).
Uganda é vanguardista em relação a essa nova abordagem. Juntamente com outros cinco países, concordou em acatar os CRRF e agir no sentido de integrar esforços humanitários e desenvolvimentistas. Isso inclui prover terrenos aos refugiados, e incluí-los nos planos nacional de desenvolvimento e também garantir acesso ao mercado de trabalho.
“A menos que haja, urgentemente, um apoio em larga escala, esses esforços correm risco de fracassar. Atualmente, as arrecadações para refugiados do Sudão do Sul atingiram somente 8% da meta de 781,8 milhões de dólares. Ainda faltam US$267 milhões para o financiamento do ACNUR em Uganda”, concluiu Baloch.
Fonte: ACNUR