Para as famílias que fugiram dos confrontos em Alepo, na Síria, a difícil jornada foi cheia de caos e horror. Assustadas e sozinhas, muitas crianças chegaram feridas e desacompanhadas aos abrigos de Jibreen, vilarejo no sul da cidade.
Para as famílias que fugiram dos confrontos em Alepo, na Síria, a difícil jornada foi cheia de caos e horror. Assustadas e sozinhas, muitas crianças chegaram feridas e desacompanhadas aos abrigos de Jibreen, vilarejo no sul da cidade.
Para as famílias que fugiram dos confrontos em Alepo, na Síria, a difícil jornada foi cheia de caos e horror. Assustadas e sozinhas, muitas crianças chegaram feridas e desacompanhadas aos abrigos de Jibreen, vilarejo no sul da cidade.
Não houve tempo de recolher os pertences nem de estabelecer um plano de fuga. Os adultos ajudaram a empurrar cadeiras de rodas em ruas cheias de entulho, enquanto outros carregaram os mais velhos nas costas. As crianças seguraram a mão dos irmãos mais novos enquanto desviavam do fogo cruzado entre os edifícios.
Duas semanas atrás, uma família que fugia do leste de Alepo encontrou uma menina, de cerca de 2 anos, vagando sozinha em meio a ruínas. Ela estava assustada e confusa. Assistentes sociais a transferiram para um orfanato no oeste da cidade e compartilharam sua foto com a unidade de emergência infantil, que trabalha para reunir crianças e seus pais nos abrigos de Jibreen. Ainda não se sabe se ela conseguiu encontrar seus pais.
A história não é incomum. Amar, de 8 anos, fugia com seus nove irmãos, pai e avô por uma das rotas entre leste e oeste da cidade quando machucou sua perna e se perdeu dos parentes. Ela continuou sua jornada até Jibreen com outras famílias.
Quando chegou ao destino, foi encaminhada a um hospital, onde conheceu Fátima, uma jovem que estava ferida e tinha perdido toda sua família durante um bombardeio no leste de Alepo. “Quando conheci Amar, senti que tínhamos muito em comum”, disse Fátima. “Prometi que cuidaria dela até que encontrasse seus pais, como uma irmã”, completou.
Tanto Amar quanto Fátima estão agora em um abrigo em Jibreen, enquanto assistentes sociais tentam reuni-las com os sobreviventes de suas famílias. “Uma realidade horrível de guerra faz com que crianças sejam separadas de seus pais e cuidadores, em meio ao caos e à confusão da fuga do perigo”, disse Hanaa Singer, representante do UNICEF. “Nossa prioridade é oferecer um lugar em que tenham segurança e proteção para que possam encontrar suas famílias”, acrescentou.
Fátima ficou viúva aos 20 anos quando seu marido foi morto durante um bombardeio alguns meses depois do casamento. “Me feri uma noite antes sairmos de casa, ainda tenho estilhaços na perna”, disse Fátima, ao contar como ela e seus parentes deixaram o leste de Alepo. “Minha mãe embrulhou algumas roupas na minha ferida e quando os vizinhos bateram na porte de madrugada, saímos imediatamente”, disse.
“Eu estava sangrando e não conseguia andar, e meus pais corriam. Segurei a mão do meu pai, estava com muito medo de perdê-lo. Sentia muita dor e caí. Por alguns minutos, as pessoas me pisotearam. Pensei que não sobreviveria, mas, por sorte, alguém me levantou.”
“Caminhamos em silêncio e com medo, não sabíamos o que nos aguardava no fim do caminho. Foi então que ouvimos um estrondo e as crianças começaram a gritar. Uma família de cinco pessoas que estava atrás pisou em uma mina, todos morreram imediatamente”, declarou. Quando Fátima chegou a Jibreen, foi imediatamente levada ao hospital.
Resposta do UNICEF
As equipes do UNICEF em Alepo estão trabalhando com parceiros para fornecer assistência emergencial a todas as crianças que chegam a Jibreen, incluindo aquelas que foram separadas de suas famílias.
A resposta da agência da ONU inclui o envio de mais de 6 milhões de litros de água por dia, a instalação de tanques e banheiros e a distribuição de artigos de higiene. O UNICEF também está fornecendo assistência médica essencial, incluindo atendimento primário, vacinação e tratamento para má nutrição.
Milhares de crianças, a maior parte profundamente afetada pelos horrores do conflito, receberam apoio psicossocial para ajudá-las a lidar com o sofrimento.
Além de fornecer roupas de inverno e cobertores diante das baixas temperaturas, o UNICEF está construindo salas de aula temporárias nos abrigos, com o objetivo de permitir que elas deem andamento à sua educação.
Fonte: ONU BR 30.12.2016