Migração e Globalização

Na conferência de abertura, Jorge Martinéz Pizarro traz a reflexão sobre o papel do migrante na economia dos países

Na conferência de abertura, Jorge Martinéz Pizarro traz a reflexão sobre o papel do migrante na economia dos países

Com a colaboração de Cláudia Guerreiro

Entre os dias 3 e 4 de abril, aconteceu em Brasília o Seminário Internacional: Política Migratória e o Paradoxo da Globalização. O evento, que teve o apoio do CNPQ, da FAP/DF, da SENJ/MJ, do Observatório das Migrações Internacionais e do IREL, reuniu cerca de 90 pessoas, entre estudantes, pesquisadores e interessados na temática migratória.

Para a Conferência de abertura do evento, foi convidado Jorge Martinéz Pizarro, pesquisador do Centro Latinoamericano y Caribeño de Demografía (CELADE)-División de Población de la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), em Santiago do Chile. Pizarro abordou os aspectos econômicos e sociais da migração, esclarecendo que estes esta têm um caráter claramente multidisciplinar, ressaltando a possibilidade de uma abordagem transversal, enfocando gênero, etnia, direitos e regiões.

IMG 0036

Pizarro mostrou também que as migrações têm relevância no desenvolvimento das regiões e que este fato pode ter perspectivas diferentes, a depender do ângulo que se observe. Por um lado, apontou um posicionamento radical que tende a criar o mito de que a migração seria um freio ao desenvolvimento e um elemento responsável pela perda de capital humano, social e demográfico em uma região. Por outro lado, existem os discursos que põem o desenvolvimento regional como um freio às migrações, gerando mais igualdade e inclusão, empregos, receita e bem-estar com menos emigração.

Ao final, o palestrante argumentou que as migrações fomentam o desenvolvimento e este fomenta as migrações, em um movimento de retroalimentação constante. Com todos estes fatores envolvidos, explicou, “nenhuma dessas situações é suficiente e explica-se por si só, mas estão todas interligadas”.

Na globalização, concluiu, “existem restrições migratórias que criam um novo paradoxo e dificultam o exame das oportunidades. Falta, acima de tudo, visibilizar as contribuições econômicas trazidas pelas migrações”.

pt_BRPortuguese
Pular para o conteúdo