Desafios, protagonismo e resiliência: No Dia Internacional dos Migrantes, conheça as histórias de Diana e Carmen

Atualmente, conforme a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 280 milhões de pessoas ao redor do mundo residem em um país diferente daquele em que nasceram. São os assim chamados migrantes internacionais, que correspondem a cerca de 3,6% da população mundial. Entre eles, 169 milhões são trabalhadores/as. 135 milhões são mulheres e as crianças correspondem a 14,6% do total.

No Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios (CSEM) de Brasília – organismo da Congregação das Irmãs de São Carlos Borromeo, Scalabrinianas –, trabalham duas mulheres migrantes venezuelanas: Diana e Carmen. Suas histórias ajudam a destacar duas características das migrações contemporâneas: o protagonismo, enquanto não aceitação passiva de uma realidade adversa, e a resiliência, enquanto enfrentamento corajoso dos desafios encontrados.

Seguindo o padrão de muitas pessoas migrantes, Diana e Carmen decidiram deixar seu país em busca de itens básicos e melhores condições de vida. “Minha família estava passando fome. Eu trabalhava muito, mas o salário não era suficiente para uma alimentação adequada“, relata Carmen. Diana, ex-professora universitária, compartilha que a crise orçamentária em seu país a forçou a migrar para garantir a subsistência de sua família. “Ver meus pais perderem 10 quilos por falta de comida fez com que eu perdesse a esperança e decidisse sair do meu país“.

Esses exemplos atestam como, em muitos casos, a mobilidade geográfica é uma estratégia de sobrevivência biológica e social, a fim de garantir uma vida digna, não apenas para as pessoas que se deslocam, mas também para seus familiares. A migração, em outros termos, revela o enfrentamento protagônico e proativo de uma situação adversa.

Mas os deslocamentos internacionais costumam ser muito desafiadores, inclusive no caso das duas mulheres venezuelanas: “Como mulheres, estamos sujeitas a muitas ações negativas, tanto por parte das autoridades quanto dos homens que estão conosco no processo”, relata Carmen, que passou por mais de uma migração, enfrentando obstáculos como cobranças indevidas pela polícia militar venezuelana. Diana compartilha a história de seu marido, que foi “para o Brasil sem dinheiro, com medo do futuro, mas com muito mais medo de ficar. Em 2021, conseguimos nos reunir em Boa Vista, após três anos separados”.

Os riscos de violência, a insegurança em relação ao futuro e, inclusive, o afastamento de familiares são marcas que permeiam as rotas de pessoas migrantes, que, apesar disso, com resiliência, encaram árduos desafios em busca de direitos que lhes são negados na terra de origem e de uma inserção digna no novo lugar que elegeram para reconstruir suas vidas.

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