Estudo mostra que grupos com maiores taxas de vulnerabilidade social vão sofrer por falta de acesso a direitos básicos
De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), os grupos mais afetados pela crise do novo coronavírus na América Latina são mulheres, indígenas e a população afrodescendente, além trabalhadores informais e migrantes. A análise é da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Para o órgão, a desigualdade no acesso à água, saneamento, saúde e moradia para esses grupos pode gerar uma maior taxa de infecção e morte.
O relatório diz que as desigualdades sociais “acumulam, aprimoram e interagem entre si, causando múltiplas discriminações”. Na questão das mulheres, o órgão apontou que elas “encontram-se em uma situação particularmente vulnerável” porque estão mais expostas ao risco de desemprego e são vítimas de condições trabalhistas mais precárias e de maiores taxas de informalidade.
Segundo a agência, 11,4% das mulheres empregadas na América Latina são trabalhadoras domésticas, principalmente migrantes, indígenas ou afrodescendentes. Elas se encontram em estado de vulnerabilidade porque possuem acesso limitado aos direitos de seguridade social. A Cepal pontua que “a carga do trabalho doméstico não remunerado assumido por mulheres, adolescentes e meninas, bem como os casos de violência contra elas, aumentam significativamente” durante a crise.