Em 2019 se completam 25 anos de presença missionária das Irmãs Scalabrinianas em Ressano Garcia, região fronteiriça entre Moçambique e África do Sul. Com o intuito de valorizar e promover a vida humana, as missionárias atuam no âmbito da educação, saúde e ação sócio pastoral por meio do Centro João Batista Scalabrini e da Casa de Acolhida Maria Mãe dos Migrantes.
Os ativistas Lena, Armando e Anatividade durante atividades de pesquisa do CSEM na Casa de Acolhida
Foto: Igor B. Cunha/CSEM
O início da missão se deu em 1994 com a chegada das Irmãs MSCS que, a priori, acolhiam crianças órfãs da guerra e posteriormente órfãs da epidemia de HIV/AIDS. Atualmente trabalham principalmente com jovens e crianças migrantes e nacionais moçambicanos repatriados(as) da África do Sul. Sua atuação concilia atenção imediata e ações de longo prazo por meio de ajuda humanitária com as necessidades básicas como alimentação, vestimenta e transporte, ao mesmo tempo em que incentivam o acesso à educação integral. Além da educação básica, a missão em Ressano Garcia oferece perspectivas profissionais a essas pessoas por meio de oficinas profissionalizantes, e em seus espaços se promove também a socialização e realização de atividades lúdicas, culturais e de lazer.
Reagindo ao contexto de vulnerabilidade e pobreza, as missionárias são vistas como autoridades mediadoras no local, reconhecendo o processo migratório como positivo e não como um problema que deve ser controlado e solucionado. Os jovens e crianças atendidos também atuam ativamente na elaboração de estratégias de sobrevivência e reconstrução de suas vidas e trajetórias na fronteira. A presença das missionárias e de seus colaboradores, neste sentido, é interpretada na lógica do serviço, projeção e acompanhamento dessas estratégias.
A Irmã Carla Luisa Frey, atual coordenadora da Casa de Acolhida e diretora do Centro frisa que essa luta é para alcançar uma sociedade justa e solidária, onde todos tenham acesso aos seus direitos, e conta sobre a situação no início da missão, “Na época em que as Irmãs chegaram havia resquícios de guerra, tudo destruído, muitos meninos abandonados, então abriram um orfanato, a educação era muito precária. Abrimos escolas e também trabalhamos muito tempo com a campanha de HIV/AIDS. A população lá era mais de 70% infectada com HIV, muitos jovens morriam e muitas crianças tinham AIDS, por isso, deu-se início um projeto com os EUA, que promovia saúde e educação”.
Carlos Vasco é ativista do Centro de Acolhida e foi um dos beneficiados dos projetos anteriores. Atualmente possui um salão de corte de cabelo em Ressano Garcia e dá oficinas de corte para os atuais participantes.
Foto: Igor B. Cunha/CSEM
Pesquisa do CSEM
Entre 2017 e 2019 o CSEM desenvolveu a pesquisa “Reconstruir a vida nas fronteiras: Assistência e proteção a migrantes e refugiados – Etapa Moçambique/África do Sul”, acerca da missão Scalabriniana em Ressano Garcia, que contou com trabalhos de campo e análise teórica, empírica e estrutural.
Saiba como ajudar
A Missão das Irmãs Scalabrinianas em Ressano Garcia aceita doações (em dólares) via transferência bancária ou Western Union.
Dados bacários:
NIB: 000100000005116439757
IBAN: MZ59000100000005116439757
SWIFTCODE: BIMOMZMX
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Linha do tempo da atuação das Irmãs Scalabrinianas em Ressano Garcia
Luana G. Silveira
Comunicação – CSEM